Ode ao Prelúdio


Sem título
28/01/2020, 10:10 PM
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Faz tanto tempo que não escrevo, pelo menos não como gostaria. Tenho que escrever tanto sobre tanta coisa que quando penso em escrever sobre o que quero acabo desistindo e dedicando esse tempo a viver o que talvez fosse o principal assunto a que me dedicaria a escrever:
 
As crianças crescendo,
Meu amor cada dia mais lindo,
Meu coração envelhecendo,
Meus cabelos brancos aparecendo,
Meu coração apertando de saudades de casa(com apenas 12 horas de viagem)…
 
O simples fato de descrever fatos já seria poesia vista da forma certa. Não que não haja caos nos dias mas a poesia tem essa incrível capacidade de transformar tragédia em beleza e quando a gente cresce e os boletos apertam mais nosso coração do que os versos de Neruda, as palavras perdem força e se não nos agarrarmos em histórias, verdadeiras e profundas nos perdemos em anotações de frases que batem o sino do ego, ressoam em nossa mente mas nunca farão morada em nosso peito… Daí, meus amigos, a poesia pode florear o caos que for, mas por falta de tempo e por pura experiência abrimos mão das rimas, versos, prosa e canções para uma respirada funda (entre uma segurada e outra para não explodir) e quando menos esperamos o gato nos pede carinho, o filho nos pede colo, a filha nos chama pra dançar e o nosso amor nos olha com aquele olhar que só ela sabe nos olhar. No fim largamos tudo (sem atrasar os boletos, porque juros ninguém merece) e dedicamos nossa vida a ser feliz e fazer feliz quem se colocar em nosso caminho.
 
O caos bateu em minha porta e eu (não) abri. Senhoras e senhores, eis a vida adulta. Escolhas.